“Ele
pode gerar mais cores que o NES”, era o que dizia
o diretor da Nintendo à época, Satoru Iwata. E não
era para menos, ele se referia ao surpreendente
console de videogames com CPU de 16 Bits que
colocava até 256 cores ao mesmo tempo na tela, de
uma paleta de trinta e duas mil setecentas e
sessenta e oito cores, que a Nintendo trazia ao
mercado para substituir seu console atual, que era o
Nintendo Entertainment System.
Super
Famicom
Lançado
em 21 de novembro de 1990 no Japão, o Super Famicom
provocou um rebuliço no mercado. Filas enormes se
formaram em frente às lojas para se adquirir por 25
mil iens, o sonho de consumo dos adolescentes, que
vinha em um pacote com dois controles e o magnífico
jogo Super Mario World.
Controle
do Super Famicom |
Controle
do Super Nintendo |
Não
se podia negar que o novo console que a Nintendo
estava apresentando era revolucionário, ele não
apenas podia gerar mais cores que seu antecessor,
como também vinha com o chip de som e de vídeo
muito poderosos. Além disso, apresentava o efeito
Mode 7, que permitia efeitos inéditos para a época,
como zoom, giro, escala e transparência. O novo
console também trouxe um controle bem inovador,
vinha com oito botões, incluindo os botões
“ombro” L e R, mais o direcional. Apesar de
tanta tecnologia, o console tinha um processador bem
mais lento que o seu concorrente direto, o Mega
Drive da Sega. O processador do Super Nintendo
rodava a 3,57 MHz e o processador do Mega Drive
rodava a 7,67 MHz...
Super
Nintendo
Em
1991 a Nintendo lança a versão americana do Super
Famicom, o console americano tem um novo design
totalmente diferente do japonês e a Nintendo dá
outro nome ao console: Super Nintendo Entertainment
System. O console da Nintendo entra no ocidente por
US$199,00 (cento e noventa e nove dólares).
No
Brasil, o Super Nintendo chegou oficialmente no ano
1993 pelas mãos da Playtronic, que era uma
Joint-Venture entre a Gradiente e a Estrela, era a
empresa que representava oficialmente a Nintendo no
Brasil. O videogame brasileiro era exatamente igual
ao americano, sendo que vinha com caixa e manuais em
português e o sistema transcodificado para Pal-M,
que é o padrão utilizado no Brasil.
Um
fato curioso sobre o nome do console de videogames
de 16 Bits da Nintendo é que ele teve o seu nome
diferente em algumas localidades. Como já dissemos,
o console foi originalmente lançado no Japão, com
o nome Super Famicom. Posteriormente foi lançado
nos Estados Unidos, Europa, Brasil e Oceania com o
nome Super Nintendo. Más um fato que chama
atenção e é pouco conhecido aqui no ocidente é
que o nosso Super Nintendo era chamado de Super
Comboy na Coréia do Sul. O console de 16 bits da
Nintendo foi lançado oficialmente na Coréia do Sul
por uma representante, a Hyundai Electronics (assim
como no Brasil a Nintendo era oficialmente
representada pela Playtronic), que resolveu chamar o
console como Super Comboy por lá.
Nos
Estados Unidos a rede de locadoras Blockbuster
colocou o console da Nintendo nas prateleiras, como
resultado, a Nintendo briga judicialmente, alegando
que o aluguel dos jogos faz com que as vendas caiam.
No
Japão a Nintendo estava facilmente dominando o
mercado, porém nos Estados Unidos as coisas eram
bem diferentes. A Sega, maior concorrente da
Nintendo, já tinha lançado seu console, o Mega
Drive (Genesis), há um ano, e o console da Sega era
o maior sucesso entre os norte-americanos, pois a
Sega tinha investido pesado em Marketing e o Mega
Drive contava com muitos jogos de esporte e tiro
exclusivos, como a série Madden NFL. Além disso, a
Sega contava com celebridades em seus jogos, como em
“Monaco GP II” com Ayrton Senna,
“Moonwalker” com Michael Jackson e “James
Buster Douglas Knock Out Boxing”.
Mesmo
o Mega Drive nunca tendo conseguido abalar a
hegemonia da Nintendo no Japão, sua popularidade
aumentava cada vez mais nos Estados Unidos; A Sega
lançou uma campanha de Marketing que dizia o
seguinte: “Genesis does what Nintendon`t” (O
Mega Drive faz o que a Nintendo não faz), a
publicidade seguia listando as diferenças entre o
console da Nintendo de 8 Bits e o Mega Drive, cujos
jogos eram tidos como mais semelhantes aos do Arcade.
Para
combater o lançamento do Super Nintendo nos Estados
Unidos, a Sega apresentou ao mundo a sua poderosa
arma contra a Nintendo: “Sonic the Hedgehog”,
jogo que trazia uma velocidade até então nunca
vista, que a Sega chamou de “Blast Processing”
(Processamento de Rajada). O jogo trazia aquele que
viria a ser o principal mascote da Sega, o Sonic.
Sonic
the Hedgehog foi criado pela Sega para mostrar o
poder do Mega Drive
O
jogo “Sonic the Hedgehog” atacava diretamente o
maior problema do novo console da Nintendo, pois
enquanto os jogos do Super Nintendo pareciam rodar
em câmera lenta, apesar do “Mode 7” que
permitia efeitos gráficos perfeitos, o Mega Drive
mostrava o jogo do Sonic, tão rápido como nenhum
outro jogo era capaz de ser na época.
Isso
tudo criou a maior batalha entre consoles de
videogames já vista até hoje. De um lado a Sega
atacava para manter o seu primeiro lugar no mercado
e ampliar a sua enorme base instalada, do outro lado
estava a Nintendo, tentando a todo custo ultrapassar
a Sega.
Com
toda essa rivalidade entre a Nintendo X Sega, Super
Nintendo X Mega Drive, Mario X Sonic... Somente
existiu um ganhador, e não foi nenhum destes
concorrentes, foram os jogadores de videogames os
verdadeiros vitoriosos. Toda a disputa entre as
empresas fez com que os jogos lançados ficassem
cada vez melhores, as coleções de bons títulos de
cada console só aumentavam e prendiam o interesse
dos consumidores. Se você queria jogos de RPG, você
procuraria o Super Nintendo, mas se preferisse jogos
de ação e esportes, o Mega Drive era sua melhor
escolha. Esse era o fator que tornava o console da
Sega tão vendido nos Estados Unidos e o console da
Nintendo mais vendido no Japão. Os consumidores dos
Estados Unidos preferiam jogos de esporte e ação,
enquanto os japoneses preferiam os jogos de RPG.
No
ano de 1992, o mais popular dos jogos de luta foi
lançado exclusivamente para o console da Nintendo.
Street Fighter II, da Capcom, marcou o inicio da
mania dos jogos de luta nos consoles de videogames.
No
ano seguinte, em 1993, iria chegar ao mercado um
videogame hibrido chamado de SNES CD, construído em
parceria entre a Sony e a Nintendo. O SNES CD era
uma resposta do console Super Nintendo aos
concorrentes TurboGrafx 16 CD e ao novo acessório
que se acoplava no Mega Drive, o Sega CD. O SNES CD
funcionaria de forma exatamente igual ao aparelho
Sega CD, que trabalhava em conjunto com o Mega
Drive. Assim o SNES CD seria um suporte que se
encaixaria no Super Nintendo e aceitaria jogos em
cartuchos e em CDs.
SNES
CD
O
acordo entre a Sony e Nintendo estava fechado, o
nome do protótipo já tinha sido alterado para o
lançamento, deixando de se chamar SNES CD e
passando a ser conhecido como Playstation. Todavia,
durante a construção do Playstation, para o Super
Nintendo, a Nintendo e a Sony entraram em desacordo,
pois a Sony queria porcentagem dos lucros das vendas
do novo aparelho e também dos jogos. A Nintendo não
aceitou e desistiu de continuar com o Nintendo
Playstation. Posteriormente a Nintendo anuncia que
está trabalhando em um acessório para o Super
Nintendo muito semelhante ao Playstation, sendo que
desta vez a Nintendo estava em parceria com a
Philips. Assim nasceu o CD-i, que foi lançado
apenas no Japão e não fez muito sucesso. A Sony, não
ficou nada satisfeita com as decisões da Nintendo e
continuou trabalhando no projeto Playstation
sozinha.
Neste
mesmo ano, Street Fighter II é lançado no Mega
Drive, porém, o jogo chega à mesma época em que o
console da Nintendo recebe o jogo Mortal Kombat e o
Street Fighter TURBO. No ano seguinte, em 1994, foi
lançado para o Super Nintendo o jogo Mortal Kombat
II sem a censura, o jogo apresenta muito sangue. A
Sega não ficou parada e mostrou suas armas para
contra-atacar a Nintendo, e combateu com o novo jogo
do Sonic, o Sonic 2 e muitos outros grandes títulos
de peso. Isso era o que ainda mantinha a Sega na
liderança de mercado, até que, ainda em 1994, a
Nintendo apresenta o Super FX, para dar mais força
ao Super Nintendo e competir com o Mega Drive, que
tinha um processador muito mais veloz e ainda
contava com os vários acessórios que a Sega lançou
para o Mega Drive, como o 32X e o Sega CD.
O
Super FX permitiu que jogos em estilo 3D fossem
produzidos para o Super Nintendo, ao mesmo tempo em
que isto ocorre, a Rareware lança um título
com um visual inédito: Donkey Kong Country, que
surpreendeu a todos com os seus gráficos limpos,
arredondados... O jogo era simplesmente lindo. A
Rare tinha empregado uma nova tecnologia no jogo, a
ACM (Advanced Computer Modeling), direto das estações
gráficas da Silicon Graphic. Esta tecnologia
permitia que o jogo Donkey Kong Country apresentasse
gráficos similares a um 3D em um console de
videogames 2D.
O
resultado foi que Donkey Kong Country se tornou um
grande sucesso, o título vendeu 9,3 milhões de cópias
em todo o mundo e fez as vendas do Super Nintendo
aumentarem a ponto de a Nintendo se tornar a nova
empresa líder de mercado. O jogo Donkey Kong
Country teve duas seqüências: Donkey Kong country
2: Diddy`s Kong Quest e Donkey Kong Country 3: Dixie
Kong`s Double Trouble.
A
Nintendo continua lançando mais títulos de peso
para o Super Nintendo, como Star Fox, Super Mario
World 2: Yoshi`s Island, Tetris Attack e Super Mario
RPG: Legendo f the Seven Stars, fato este que,
juntamente com a notícia de que a Sega teria
decidido parar de produzir o Mega Drive para dar
total suporte a seu novo console de videogames de 32
Bits, o Saturn, facilitou para que a Nintendo
conseguisse transformar o seu Super Nintendo no
console de videogames de 16 Bits mais vendido da
história.
Confira
alguns dos jogos clássicos lançados para o Super
Nintendo:
|
|
Super
Mario World |
Donkey
Kong Country |
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Killer
Instinct |
Choplifter
III Rescue Survive |
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Indiana
Jones Greatest Adventures |
Street
Fighter II Turbo: Hyper Fighting |
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F-Zero |
Doom |
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|
Jurassic
Park II - The Chaos Continues |
Pilotwings |
|
|
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|
SimCity |
StarFox |
|
|
|
|
Mario
Paint |
Rock
& Roll Racing |
|
|
|
|
Super
Mario RPG: Legend of the Seven Stars |
The
Legend of Zelda: A link to the Past |
|
|
|
|
Super
Mario Kart |
Super
Mario World 2: Yoshi`s Island |
|
|
|
|
Mortal
Kombat |
Secret
of Mana |
|
|
|
|
Super
Metroid |
Super
Castlevania 4 |
|
|
|
|
Top
Gear 3000 |
Tetris
Attack |
Ainda
em 1994, a Sony lança no mercado o seu console de
videogames, o Playstation, que foi inicialmente
projetado para ser um acessório do Super Nintendo,
no entanto, pelos motivos que já apresentamos, o
Playstation acabou sendo transformado em um console
de videogames independente de qualquer outro e lançado
somente pela Sony.
A
Nintendo tentou impedir o lançamento do Playstation
através de processos judiciais, porém a Sony
ganhou e o Playstation foi lançado no mercado.
Ironicamente, o console da Sony, o Playstation, foi
o console de videogames que tirou da Nintendo o
primeiro lugar no mercado. O Sony Playstation vendeu
mais de cem milhões de unidades em todo o mundo.
Com
os dois consoles de videogames de 32 Bits já lançados,
o Playstation da Sony e o Saturn da Sega, o Super
Nintendo com seus 16 Bits não teria mais fôlego
para brigar com seus novos concorrentes, Sabendo
disso a Nintendo já prepara o seu novo console de
videogames com 64 Bits. O Super Nintendo resiste
como console principal da Nintendo até o lançamento
do Nintendo 64 no ano de 1996. O Super Nintendo
continua sendo produzido, e em outubro de 1997 é lançado um novo
modelo do console, remodelado e menor que o modelo
original. Este novo modelo para de ser produzido em
1999 nos Estados Unidos e em 2003 no Japão. O lançamento de
jogos para o Super Nintendo começa a diminuir até
parar completamente em 1997 nos Estados Unidos e no
ano 2000 no Japão.
Super
Nintendo remodelado (SNES 2) e a caixa do console
Os
jogos mais vendidos do Super Nintendo |
|
|
Os
jogos da Nintendo mais vendidos para o
console
- 1-
Super Mario World (20,6 milhões)
- 2-
Super Mario All-Stars (10,5
milhões)
- 3-
Donkey Kong Country (9,3 milhões)
- 4-
Super Mario Kart (8,7 milhões)
- 5-
Donkey Kong Country 2: Diddy`s
Kong Quest (5,1 milhões)
- 6-
The Legend of Zelda: A Link to the
Past (4,6 milhões)
- 7-
Super Mario World 2: Yoshi`s
Island (4,1 milhões)
- 8-
Donkey Kong Country 3: Dixie Kong`s
Double Trouble (3,5 milhões)
- 9-
Killer Instinct (3,2 milhões)
- 10-
Star Fox (2,9 milhões)
|
|
O
Super Nintendo teve muitos acessórios
interessantes, alguns feitos pela própria Nintendo,
outros feitos por outras produtoras, confira alguns
deles:
|
GAME
GENIE
O
Game Genie foi lançado pela Galoob Toys,
permitia alterar os jogos de forma que deixava
os jogos mais fáceis. Funciona semelhante ao
GameShark, sendo que o Game Genie permitia
usar apenas cinco códigos em cada vez e não
permitia salvar. (Como sempre a Nintendo não
gosta do lançamento do aparelho e entra com
ação judicial, porém perde, e o aparelho permanece
no mercado) |
|
|
|
MOUSE
O
mouse e o Mouse Pad acompanhavam o jogo Mario
Paint, permitia fazer desenhos, pequenas
músicas e animações no jogo. |
|
|
|
SATELLAVIEW
Este
acessório se encaixava na parte de baixo do
Super Nintendo, servia para que os jogadores
pudessem fazer downloads dos jogos via
satélite. O aparelho foi lançado somente no
Japão e não obteve sucesso. Clique na foto
ao lado para ampliar. |
|
|
|
SUPER
GAME BOY
O
Super Game boy era um adaptador que permitia
que os jogos do Game Boy pudessem ser jogados
no Super Nintendo. Com o Super Game Boy o
jogador poderia, ainda, colorir os jogos do
Game Boy. Clique na foto ao lado para ampliar. |
|
|
|
SUPER
SCOPE
A
bazuca Super Scope funcionava muito bem,
porém poucos eram os jogos que permitiam o
uso do acessório e quando se utilizava a
bazuca no Super Nintendo, não se podia
utilizar outro acessório. Não fez muito
sucesso. |
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